Observatório da Copa do Mundo FIFA 2014

O Observatório da Copa do Mundo FIFA 2014 é um canal de informações e de estudos sobre os acontecimentos e os impactos relacionados à Copa do Mundo FIFA 2014. Neste espaço realizaremos pesquisas e debates sobre: mercantilização e politização do futebol na era da globalização, as relações de poder e de exploração da FIFA no Brasil e no mundo, a criminalização aos Movimentos Sociais, a Lei da Copa e também sobre manifestações contra a Copa no Brasil. Este é um trabalho realizado pelo grupo de estudos e pesquisas GEOPOLÍTICA DO FUTEBOL ligado à Universidade Estadual de Goiás - UnU Goiânia - ESEFFEGO.
e-mail: observatoriodacopa2014@gmail.com

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O VERDADEIRO LEGADO DA COPA DO MUNDO FIFA NO BRASIL

Professoras de e funcionárias de creches do DF fazem manifestação em frente ao Palácio do Buriti por salários em atraso

"O mundo presente e ausente que o espetáculo faz ver é o mundo da mercadoria dominando tudo o que é vivido. E o mundo da mercadoria é assim mostrado como ele é, pois seu movimento é idêntico ao afastamento dos homens entre si e em relação a tudo que produzem" (Guy Debord)

A capital do Brasil, em menos de seis meses após o fim da Copa do Mundo FIFA de futebol, experimenta atualmente o verdadeiro legado da Copa. Ou poderíamos dizer, os esfeitos colaterais pós-Copa? A construção do mais caro estádio da Copa, o chamado Estádio Nacional Mané Garrincha, que custou aos cofres públicos cerca de 2 bilhões de reais (R$ 2.000.000.000) e que ainda continua inacabado (falta a finalização das obras do entorno do Estádio), construído sob denúncias de superfaturamento e aditivos que multiplicaram o valor do orçamento inicial, e que deixaram a Novacap* em situação financeira delicada. 
Torcedores se molham durante partida no Mané Garrincha
Brasília enfrenta hoje o maior caos na administração pública, com dívida ativa do DF que ultrapassa a cifra dos 16 bilhões de reais (R$ 16.000.000.000). O governo do DF deixou de pagar os salários dos funcionários públicos (com exceção da Polícia Militar) e enfrenta uma avalanche de greves e de manifestações diárias nas ruas da capital federal. Professores, médicos, enfermeiros e cerca de 30 mil funcionários terceirizados do governo ficaram sem o recebimento dos salários neste final de ano de 2014, e todos eles engrossam as manifestações de rua em Brasília. Os hospitais não possuem insumos básicos e faltam medicamentos, creches públicas fechadas em virtude da paralisação de professores e várias obras de infraestrutura estão inacabadas na cidade. Neste mês de dezembro houve também greve do transporte público do DF, pois o governo de Agnelo Queiroz (PT) não repassou os subsídios do transporte às empresas de ônibus. Nem mesmo a tradicional festa de réveillon escapou, pois neste ano não haverá nenhuma comemoração pública com fogos de artifícios, festas ou enfeites, por recomendação da própria justiça do DF, que embargou os editais relacionados às comemorações de fim de ano. 
Estruturas suntuosas e caras do Estádio de Brasília
O caos em Brasília com greves, mobilizações e passeatas preocupam o Planalto, que teme com que tais manifestações ocorram também no dia da posse do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, que será em Brasília, no próprio Palácio do Planalto no dia primeiro de janeiro (01/12). Em virtude disso, a presidenta Dilma já deixou as Forças Armadas de sobreaviso, para qualquer eventualidade e para o exercício da força contra manifestantes, atitude comum durante a Copa e também do seu governo.
Servidores públicos da saúde fazem manifestação em frente ao Palácio do Governo do DF por salários atrasados


No total são cerca de 216 mil funcionários públicos no DF sem recebimento de salários, 13º, pensões ou aposentadorias, entre eles professores, agentes de saúde, merendeiras, agentes comunitários, auxiliares de serviços gerais, auxiliares de creches, metroviários, rodoviários e profissionais terceirizados em geral.
Pequeno Público no Torneio Internacional de Futebol Feminino em Brasília
Neste domingo último (21/12) o Estádio Mané Garrincha foi palco da final do Torneio Internacional de Futebol Feminino, realizado entre as seleções dos EUA e Brasil. O público foi de apenas doze mil pessoas (12.000), e os problemas foram além do pequeno público do estádio.
Estádio "Padrão FIFA" em Brasília deixa torcedores ensopados
A chuva que caiu durante o torneio mostrou as falácias e mentiras sobre a qualidade das construções dos chamados estádios "Padrão Fifa". Durante o jogo eram visíveis as goteiras na cobertura e por toda a parte. A cobertura de acrílico transparente não foi capaz de impedir que todos os torcedores se molhassem durante a chuva, o que provocou enorme correria e tumulto durante o jogo entre China e Argentina (disputa do 3º e 4º lugar), com todos querendo ao mesmo tempo correr e se proteger da chuva. Como se não bastasse, ainda durante a chuva o campo de gramado virou literalmente uma piscina, com poças de água por toda a parte, e o que era futebol, se transformou um um verdadeiro pólo aquático entre China e Argentina.
Corre-corre para se proteger da chuva em Brasília
Esse é o verdadeiro legado da Copa, ou seja, dívidas, empobrecimento e maiores conflitos sociais nas cidades sedes, além do aumento da repressão e violência do Estado.
Olé, Brasília!
Goteiras por toda parte no Estádio "Padrão FIFA" em Brasília

*Novacap - Companhia Urbanizadora da Nova Capital -  Empresa pública de obras e de urbanização do Distrito Federal (DF).

domingo, 5 de outubro de 2014


                                                                       NOTA DE REPÚDIO

                                              AUTORITARISMO, TIRANIA E CENSURA NA UEG


Atualmente no país estamos assistindo ao aumento e ampliação das ideias conservadoras, também de ações violentas e autoritárias por parte do Estado, consequências claras das investidas reacionárias das elites no poder, que tentam a todo custo a sua perpetuação e a reprodução contínua da lógica desumana e insaciável do capital. A brutal criminalização aos movimentos sociais no Brasil, que mesmo após a realização da Copa do Mundo de Futebol, tem-se multiplicado e proliferado em todas as instâncias, dando continuidade às arbitrariedades, intimidações e a individualização de processos judiciais, inclusive dentro das próprias universidades públicas brasileiras.
Na Universidade Estadual de Goiás, por exemplo, estamos assistindo hoje a forma autoritária com que a reitoria impõe o "novo" currículo à comunidade, que na verdade é o retorno do já conhecido e velho “currículo mínimo”, introduzido no país no auge da ditadura militar. Os encontros para a discussão desse currículo obedecem a lógica da imposição do discurso pela autoridade (pseudo) técnica, tendo como metodologia principal a negação do diálogo com os professores, funcionários e estudantes e ainda desconsiderando por completo os Projetos Político Pedagógicos dos cursos, anulando a já limitada autonomia das unidades universitárias que constituem a própria universidade.
A aprovação da reforma curricular pelo CsU se deu a "toque de caixa", demonstrando a intenção clara de não permitir o diálogo pleno e o debate democrático dentro da universidade. Outro exemplo claro dessa intensificação reacionária dentro da universidade se deu durante a greve de 2013, onde o atual reitor Haroldo Reimer, na tentativa de criminalizar o movimento de greve, chegou ao absurdo de processar vários docentes da UEG, culpabilizando-os pela deflagração de uma greve unificada entre todas as categorias da instituição (professores, alunos e funcionários), na qual tinha como princípio a auto-organização, numa demonstração evidente e desesperada de intimidar os demais trabalhadores, e ainda de tentar de forma violenta colocar um fim à greve.
Tal violência, autoritarismo e despotismo dentro da universidade desnuda por completo o modelo verticalizado, autoritário e antidemocrático em que é constituída a própria universidade, com Conselhos Universitários demagógicos, reitorias cooptadas pelo governo, direções de unidades rígidas e centralizadas, inexistência de paridade eleitoral, ilegalidade e eleições duvidosas dos DCE's, onde fica explícito as interferências dos partidos ligados ao governo dentro do movimento estudantil, sendo avalizadas pela própria reitoria. Esse contexto facilita e permite com que gestores, a mando dos próprios governos, que sempre querem ganhar as eleições a qualquer custo, atuem como verdadeiros "capitães do mato", atropelando a tudo e a todos em nome de seus próprios interesses, caprichos e vaidades pessoais, transformando a autonomia universitária em uma mera palavra de retórica e perpetuando em todos os campi o patrimonialismo, o nepotismo, os palanques eleitorais e os eternos cabides de emprego na UEG.
O autoritarismo e a censura estão fazendo parte do cotidiano da UEG, além dos exemplos nefastos citados anteriormente, cabe ressaltar ainda que no dia 14 de agosto de 2014, dentro do evento de Cerimônia de Outorga de Grau, dos cursos de fisioterapia e de educação física da UnU - Goiânia - ESEFFEGO, ocorrida no Teatro da PUC-GO em Goiânia, foi realizado arbitrariamente cortes nos textos dos oradores dos cursos pela Coordenação Geral de Comunicação (CGCOM-UEG) ligado à reitoria, o que provocou a indignação dos estudantes e o constrangimento entre todos os professores e convidados presentes. Como se não bastasse, na reunião de congregação daquela mesma unidade, realizada no dia 21 de agosto de 2014, após a citada cerimônia de colação de grau, professores, alunos e funcionários da UEG UnU ESEFFEGO votaram em tornar público tal atitude e também publicizar o total repúdio a esta ação ditatorial e injusta realizada pela UEG, entretanto, a própria comissão eleita em reunião para escrever a nota à reitoria teve também seu texto censurado e com cortes de frases e palavras, feito pelo próprio diretor da UnU ESEFFEGO, que agiu da mesma forma autoritária, prepotente e tirânica que seus páreas da reitoria. Temos ainda outros exemplos do despotismo na UEG, como a decisão de apoio às reformas feitas pelo GT de currículo na UnUCSHE - Anápolis, onde o próprio diretor desta unidade preferiu uma reunião apenas com os representantes do NDE para debater a posição da unidade, ao invés de chamar a congregação para debater esse fato com mais profundidade e na presença de uma representação maior. O que dizer do caso de assédio moral coletivo na UnU-Formosa realizado também pelo diretor? Que de forma autoritária tentou intimidar as vozes discordantes em reunião coletiva, conforme deixou bem claro a nota de repúdio escrita pelos próprios alunos do curso de história, dando origem ao movimento denominado “Somos Todos Filhos da Puta”.
Estes acontecimentos são apenas os mais recentes, ocorridos nestes últimos meses. Como poderíamos ainda deixar de falar sobre o estatuto da UEG imposto pelo governo Marconi Perillo durante a gestão de Eliana França, ou ainda a própria intervenção feita pelo governador na reitoria em 2012, ao empossar de forma ilegítima e arbitrária o atual reitor Haroldo Reimer?
Esses fatos demonstram uma contínua e intensa investida do poder reacionário e antidemocrático dentro da nossa universidade, que encontram respaldo e ressonância dentro das próprias estruturas autoritárias e coercitivas já existentes dentro da UEG. 
Sendo assim, cabe a todos nós da comunidade uegeana, professores, alunos e funcionários refletirmos sobre este atroz e sombrio momento em que estamos enfrentando. Se torna também urgente repensarmos sobre as injustas e falidas estruturas de poder que regem a UEG, também promovermos ações articuladas de forma coletiva afim de enfrentarmos estes nossos algozes, que estão dentro e fora da universidade, e que a todo momento subtraem nossos direitos, tentam nos intimidar pela coação e pelo medo, anulam a nossa autonomia e que almejam tão somente transformar a universidade em uma mera fábrica de trabalhadores disciplinados, obedientes, produtivos e úteis, que sirvam apenas de mão de obra barata para o trabalho flexível, precarizado e para o desemprego.
MOVIMENTO MOBILIZA UEG

fonte: http://movimentomobilizaueg.blogspot.com.br/2014/09/nota-de-repudio.html

sexta-feira, 18 de julho de 2014

LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS DA COPA!

fonte: #PresosDaCopa

https://www.facebook.com/hashtag/presosdacopa?source=feed_text&story_id=735729869821444

por Ricardo Targino
"QUEM É A PROFESSORA DOUTORA PRESA DA COPA?

"Tive a oportunidade de vir a cursar uma disciplina com Camila Jourdan no último semestre, o qual, na verdade, ainda não se concluiu, visto que tivemos que suspender as atividades acadêmicas durante todo o período de realização da Copa do Mundo. 

Findo o recesso, deveríamos ter retomado as aulas na segunda-feira, dia 14, mas, lamentavelmente, como sabemos, a Prof.ª Camila encontra-se encarcerada "preventivamente", encarceramento este manifestamente repudiado, dentre outros, pela OAB-RJ, como é público e notório.

Não é apenas por sua formação acadêmica robusta incontestável que Camila se destaca em sala de aula. É também pela maneira "democrática" com que divide o espaço com os alunos, pois além de incentivar os debates e acolher respeitosamente os pensamentos contrários, é capaz de se colocar na qualidade de "aprendiz" e rever seus próprios pensamentos.Como diz Michel Foucault, “ser ao mesmo tempo um universitário e um intelectual é tentar fazer funcionar um tipo de saber e de análise, que é ensinado e aceito na universidade, de modo a modificar não somente o pensamento dos outros, mas também o seu próprio. Esse trabalho de modificação do seu próprio pensamento e dos outros parece ser a razão de ser dos intelectuais.”

Marco Antônio Gambôa
Professor de Filosofia do IFCH-UERJ
Doutorando em Filosofia do PPGFIL-UERJ"

LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS DA COPA JÁ!


domingo, 13 de julho de 2014

Copa das Copas ou Copa das Tropas?

Saudades do futebol do Mané Garrincha!

Onde o mundo real se converte em simples imagens, estas simples imagens se transformam em seres reais e motivações eficientes típicas de um comportamento hipnótico
(Guy Debord)

Neste sábado em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, o Brasil disputou o 3º lugar contra a Holanda, um dia nublado e frio na capital, demonstrando que o clima tanto dentro quanto fora do estádio era realmente de fim de Copa. Pelas ruas não se viam mais os camelôs que estendiam seus produtos verde amarelo nas calçadas e vendiam aos pedestres que passavam. Nas ruas as pessoas faziam suas obrigações cotidianas, nem parecia que a  seleção brasileira estava na cidade e que o jogo começaria em poucas horas.
Reporter japonês cobre o jogo Brasil X Holanda em Brasília
Dentro do metrô se viam poucas camisas  em verde e amarelo e na rodoviária do Plano Piloto os vendedores ambulantes vendiam apressadamente camisas da seleção em promoção por apenas R$ 10,00.
Metrô de Brasília em dia de jogo da seleção: cadê a torcida?
Legado da Copa: Repressão aos trabalhadores
A imprensa em volta do estádio triste e melancólica, parecia ter perdido seu nacionalismo ufanista e também a arrogância costumeira de dias atrás, e parecia torcer não pela vitória da seleção mas para que o dia terminasse logo e a Copa também. Aos poucos os torcedores timidamente iam se aproximando do Estádio, alguns com cartazes e faixas elogiando a seleção e outros com frases de revolta e deboche com relação aos resultados do último jogo contra a Alemanha.
Promoções de camisas da seleção após derrota

Mais uma vez o que realmente chamava a atenção e mostrava que ainda haveria jogo da Copa na cidade era o imenso efetivo da polícia, uma verdadeira operação de guerra com policiais da cavalaria, tropa de choque, vários blindados anti-manifestação, helicópteros e carros do exército. 
Somente depois da desclassificação da seleção brasileira é que o governo federal mudou de discurso, o slogan "Copa das Copas" passou a dar lugar em "intervenção estatal no futebol" e ainda "realizamos uma grande copa para o mundo ", obviamente de  olho nas eleições que se aproximam.
Morador de rua dorme na calçada próximo ao Estádio mais caro do mundo em Brasília
A imprensa, paga pelo governo, agora promove uma verdadeira caça às bruxas e ainda reproduz o falso  discurso do governo de que realizamos a  "copa mais bem organizada e calorosa" de todos os tempos. Obviamente uma grande mentira, pois 11 trabalhadores faleceram nas construções da Copa e centenas de estudantes, professores e manifestantes estão nas prisões brasileiras em função apenas de terem participado de atos populares nas ruas antes da Copa.

Dia de jogo da Copa em Brasília, nem parece
Pelas redes sociais o grupo "Anonymos" havia agendado um ato de protesto na Praça dos Três Poderes antes do início do jogo, porém, não havia ninguém presente no local agendado, mostrando que a internet por si mesma não é capaz de mobilizar as pessoas para os atos de rua,  prova também que tem dado resultados a intensiva do governo em prender e criminalizar individualmente os integrantes dos movimentos de rua. Porém, segundo moradores da capital que foram entrevistados, os movimentos de rua em Brasília irão recomeçar a partir de segunda-feira (14/07). OLé!
Praça dos Três Poderes: nenhum manifestante para o ato agendado pela internet (12/07)
Praça dos Três Poderes: somente pombos


A COPA DAS TROPAS: Prisões, Criminalização e Violência do Estado contra manifestantes na Copa FIFA 2014



Estádio Nacional Mané Garrincha antes do jogo Brasil x Holanda (12/07)
À medida em que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho torna-se necessário. O espetáculo é o mau sonho da sociedade moderna acorrentada, que ao cabo exprime senão o seu desejo de dormir. O espetáculo é o guardião deste sono.
(Guy Debord)

Neste sábado (12/07) a polícia civil do Rio de Janeiro prendeu cerca de 37 manifestantes, sendo 2 adolescentes, na operação denominada "Firewall 2", justamente na véspera da decisão da final da Copa do Mundo 2014 a ser realizada no estádio Maracanã. Assim como fora na véspera da abertura do mundial em São Paulo, o governo brasileiro numa atitude fascista, autoritária e violenta tenta novamente intimidar e criminalizar individualmente manifestantes que haviam agendado pelas redes sociais um grande ato popular nas ruas do Rio de Janeiro para este domingo (13/07), com o intuito de protestarem contra os vários problemas e mazelas sociais enfrentadas pelo país. A Copa é pra quem mesmo?
Copa Pra Quem? Para o Povo?
Com gastos públicos cujos valores ultrapassam mais de 30 bilhões de reais no evento Copa do Mundo FIFA, e onde a própria FIFA (entidade privada) vai sair lucrando do Brasil com nada mais e nada menos do que 10 bilhões de reais, que fará desta copa no Brasil a mais lucrativa de toda a história do futebol.
Criminalização e Violência do Estado
O governo brasileiro através do sistema judiciário e também da polícia tem realizado prisões ilegais, que ferem a constituição do Brasil, como as que ocorreram no Rio neste último sábado, afim de promover o medo, o terror e a intimidação àqueles que querem manifestar nas ruas suas opiniões e pensamentos contra as contradições sociais no país. O evento Copa do Mundo ajudou a amplificar as manifestações de rua no país desde 2013, com os gastos públicos excessivos nas construções dos estádios, as remoções de milhares de famílias nas cidades sede da Copa, onde em paralelo o sucateamento do transporte público, o aumento da inflação, a precarização da saúde e da educação pública, somados com os baixos salários dos trabalhadores, catalisaram e impulsionaram a revolta e a insatisfação popular, fazendo multiplicar as manifestações de rua desde o ano passado. Porém, com a aproximação e o início da Copa em junho último, o governo aumentou a perseguição e a criminalização aos movimentos sociais em todo o país. 
Copa do Povo?
O medo da retomada das manifestações, que foram amortecidas com o início da Copa (em virtude da própria intensificação das investidas violentas e anti-democráticas do Estado brasileiro contra os manifestantes), e ainda com a aproximação das eleições , o governo passa a promover e intensificar os ataques às manifestações populares  e também a criminalização aos integrantes de movimentos sociais. 
As mobilizações e manifestações no Brasil, refletem as contradições e diferenças de classes no mundo do capital, onde tais movimentos populares são o resultado da tensionalidade e da disparidade das classes sociais dentro do capitalismo predatório internacional, no qual o Brasil também faz parte.
Copa das Tropas
Eis aí o maior legado da Copa FIFA 2014: a criminalização e o aumento da violência das polícias contra os trabalhadores brasileiros. O aumento dos investimentos em áreas militares, o acréscimo de novas tecnologias nos armamentos policiais e também a integração dos sistemas de seguranças públicas dos estados, servirão não para o aumento da segurança do cidadão brasileiro, mas para intimidar, violentar e prender manifestantes de todo o país, tal qual estamos observando durante estes dias de Copa do Mundo no Brasil.
Abaixo a repressão e a criminalização aos movimentos sociais!
Copa pra quem mesmo?
OLé!

terça-feira, 8 de julho de 2014

A Máfia dos Ingressos é a Própria FIFA

Copa Pra Quem?
A sociedade que repousa sobre a indústria moderna não é fortuitamente ou superficialmente espetacular, ela é fundamentalmente espetaculista. No espetáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o desenvolvimento é tudo. O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão a si mesmo. (Guy Debord)

A Copa do Mundo do Brasil tem sido marcada sobretudo pelos contrastes e também por escândalos contínuos. A queda do Viaduto dos Guararapes em Belo Horizonte na véspera entre o jogo do Brasil x Colômbia, matando duas pessoas e ferindo mais de 20, é o símbolo maior, desta que é denominada pelo governo e pela FIFA, de a "Copa das Copas". Em Março de 2012 o diretor da FIFA Geronime Valcke disse, através da imprensa, que o governo brasileiro precisava de um "chute no traseiro" para poder acelerar as obras de infra-estrutura para a Copa do Mundo  e cumprir com o calendário estipulado. Tal fato, além de ter gerado um profundo mal estar nas relações entre a FIFA e o próprio governo brasileiro, também serviu para mostrar quem é que dá as ordens no mega-evento de futebol mundial. A fala de Valcke na verdade é nada mais, nada menos do que a voz do próprio capital internacional, de multinacionais e patrocinadores, exigindo celeridade para finalização das obras da Copa, flexibilidade nas leis trabalhistas e facilitação nas contratações, afim de garantir a própria reprodução do capital, a mais valia e os lucros bilionários das empresas patrocinadoras do Futebol-Business.
A Máfia é a própria FIFA e o Governo
A FIFA é uma instituição privada que representa o capital internacional relacionado às grandes empresas que comercializam e promovem produtos variados em mega-eventos esportivos como a Copa do Mundo de Futebol. A pressão da FIFA sobre o governo teve reflexos tenebrosos no Brasil , como a super-exploração de trabalhadores da construção civil, que foram obrigados a trabalharem em extensivas e desumanas jornadas de trabalho, com constantes greves de trabalhadores nas construções das arenas e provocando até a morte de vários operários, que trabalhavam sem condições de segurança e com carga horária extensa e ininterrupta, como os trabalhadores que faleceram com a queda do guindaste na Arena Itaquera . A própria criação do RDC (Regime Diferenciado de Contratação) , aprovado através de Lei Federal (Lei nº 12.462/2011), perrmitiu a contratação de empreiteiras para as construção de estádios e obras de mobilidade, além de contrrtação de serviços de infra estrutura sem a realização de editais de licitação, ou seja, permitiu com que os governos Federal, Estadual e Municipal realizassem contratos com qualquer empresa e a qualquer preço para realização das obras da Copa (e também vai valer para as obras das Olimpíadas do Rio 2016). Com a velha desculpa da ideologia neoliberal de ampliar a eficiência e a competitividade o governo aprova o RDC ainda em 2011 e o resultado já está aí: masi demora na entrega das obras, falta de qualidade dos serviços e dezenas de mortes de trabalhdores. Tudo isso faz parte da manipulação do governo e também da FIFA para lucrarem ainda mais com a realização da Copa do Mundo no Brasil. Superfaturamentos comprovados em todas as cidades sede da Copa, desvios de verbas e má qualidade dos serviços prestados foram e são características comuns deste mundial.
Viaduto dos Guararapes em BH: "Padrão FIFA"?
Não foi mera coincidência o desabamento do viaduto dos Guararapes na av. Pedro I em Belo Horizonte em plena Copa do Mundo, onde o Ministério Público mineiro já havia confirmado  a realização de processos e diligências anteriores sobre superfaturamento da obra e também falta de qualidade nos componentes do viaduto, como por exemplo, o próprio concreto das vigas que sustentavam o viaduto, que não possuía resistência suficiente para suportar todo o peso exigido, daí vindo tudo a baixo.
Cartola da FIFA sendo preso no Rio
Como se não bastasse, altos executivos da FIFA estão envolvidos até o pescoço com a venda ilegal de ingressos para os jogos da Copa.
A Máfia FIFA
Não é de hoje que a FIFA vem sendo denunciada por tais atos criminosos, aliás, a máfia dos ingressos é a própria FIFA, que além de vender os ingressos por preços abusivos pela internet em seu site oficial, excluindo a maioria da população brasileira do espetáculo, também promove a venda ilegal de bilhetes no mercado negro, através de cambistas "credenciados" pela própria FIFA e com faturamento de mais de 200 milhões de dólares somente com a venda ilegal destes ingressos.
Mafiosos ou funcionários da FIFA?
A Copa é no Brasil, mas quem é que pode entrar nos estádios para assistir as partidas? Somente a elite brasileira e também a elite internacional, que possuem condições financeiras suficientes para comprar até mesmo ingressos com preços abusivos das mãos de cambistas "Padrão FIFA". No entanto, a maior parte da população tem que se contentar mesmo com os jogos pela TV, e olha lá que uma grande parte da população brasileira não tem acesso sequer a energia elétrica em suas residências. Copa das Copas ou Copa das Tropas? Copa Pra Quem? Copa para os ricos, é claro!
OLé!

domingo, 6 de julho de 2014

A FARSA DO FIFA FAN FEST: A MERCADORIZAÇÃO DO FUTEBOL

FIFA FAN FEST: o futebol mercadoria
No mundo do realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso (Guy Debord)

Ao chegar no Taguaparque, em Taguatinga, o parque próximo ao centro da cidade onde está sediado o FIFA FAN FEST, o que de fato parece é que estamos adentrando numa enorme feira de bugigangas e mercadorias. 
Entrada do Taguaparque em Taguatinga - DF
Na verdade, nos faz lembrar uma grande feira agropecuária, muito comum nas cidades do interior do Brasil. Porém, numa feira agropecuária as mercadorias são os animais (equinos, suínos, aves e gado) e também as máquinas agrícolas, já aqui no FIFA FAN FEST, a mercadoria principal é o futebol, aliás, nada nos faz lembrar de futebol, até o momento em que o jogo começa a ser transmitido nos gigantescos e numerosos telões instalados por toda a parte.
Venda somente de produto dos patrocinadores FIFA
Standes de automóveis, refrigerantes, cervejas, bancos, materiais esportivos, empresas de celulares e uma praça de alimentação, onde tem de tudo, menos algo que nos lembre o futebol. Logo na entrada se vê um imenso outdoor com o logo da copa 2014 e com um grande letreiro colorido com proibições e normas para os frequentadores, dizendo ser proibido a entrada com alimentos, bebidas, filmadoras ou equipamentos de gravação, armas, faixas ou cartazes, animais, materiais promocionais, copos ou garrafas, megafones e até mesmo a entrada com bandeiras é proibida no local da FIFA.
Consumismo ampliado pela Copa FIFA
Para entrar é necessário atravessar dois cordões de isolamento da polícia. No primeiro revistam as mochilas, sacolas e bolsos dos torcedores afim de encontrar comida, ou bebida. Já no segundo cordão, os policiais possuem detectores de metais para encontrarem armas ou materiais cortantes.
"Convocação" do futebol-bussinees
Tivemos que jogar no lixo um garrafa de água mineral (290ml) e também um pacote de bolacha de 300g que estavam dentro de nossas mochilas e que foram encontradas pelos agentes.
Dentro do FIFA FAN FEST tem um grande palco onde cantores nacionais se revesam na programação. No dia do jogo entre Brasil e Colômbia (04/07) uma banda cantava músicas de forró e também canções da região norte do Brasil (o famoso "arrocha").
Automóvel e Futebol no capital: valiosas mercadorias
Merchandising, mercadorias, propagandas, empresas e consumismo, são essas as palavras que melhor conceituam o FIFA FAN FEST, que prova que o futebol moderno nada mais é do que uma mercadoria importantíssima no mundo capitalista globalizado, onde o mega-evento Copa do Mundo representa o maior "outdoor" destas empresas, um verdadeiro chamariz capaz de atingir mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo através das redes de TV e também pela internet. Faz-se assim do futebol, não apenas um esporte inventado pelos ingleses nas "Public Schools" durante o século XIX, mas uma das maiores e  mais lucrativas mercadorias da economia atual. Num evento Copa do Mundo, o esporte em si futebol, é o que menos im´porta, o que de fato interessa são os lucros e os bilhões de dólares advindos da "pelota brazuca". 
Tudo é proibido, menos dinheiro

Somente a FIFA, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, já arrecadou cerca de 10 bilhões de reais com os investimentos de patrocinadores e também com a isenção de impostos pelo governo brasileiro.
Copa pra quem?
Aqui em Taguatinga, os frequentadores em sua maioria são brasileiros e também estrangeiros que não tem condições financeiras de comprar ingresso para entrarem no estádio, e que são obrigados a assistirem suas seleções pelos imensos telões do FIFA FAN FEST. Enquanto isso, a FIFA está envolvida em mais um escândalo envolvendo a venda ilegal de ingressos para mafiosos e cambistas.
Torcedores entrando no FIFA FAN FEST minutos antes de iniciar o jogo Brasil X Colômbia
Segundo informações da própria Polícia Civil do Rio de Janeiro, altos executivos da própria FIFA, que estão sendo investigados pela justiça brasileira, são os responsáveis pela distribuição e venda ilegal dos ingressos da Copa por preços abusivos e astronômicos. Enquanto isso, nós brasileiros somos segregados pela FIFA, pagamos a festa para eles (30 BILHÕES DE REIAS),  e nós mesmos somos obrigados a assistir aos jogos em casa pela TV ou do lado de fora dos Estádios bilionários. A Copa é somente para os ricos.
OLé!

sábado, 5 de julho de 2014

GREVE NA COPA: Torcedores argentinos e belgas ficam sem ônibus em Brasília-DF

Cordão de isolamento da PM em volta do Estádio Mané Garrincha: só entra quem possui o ingresso.
 COPA PRA QUEM?

O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizadas por imagens. (Guy Debord)

Em pleno dia de jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo de Futebol, os motoristas e cobradores de ônibus do Distrito Federal deflagaram greve geral nesta sexta-feira (04/07), exatamente no dia do jogo entre Brasil e Colômbia, e o que é melhor ainda, a greve continou neste sábado (05/07) em pleno dia de jogo entre Argentina e Bélgica às 13h no Estádio Mané Garrincha em Brasília.
Rodoviária do Plano Piloto em 05/06 (sábado) - Cadê os ônibus? É GREVE!
Na rodoviária do Plano Piloto não se avistava nenhum ônibus, mas  a multidão que voltava do trabalho ficava atônita e tinha então apenas duas opções: ou apelava para o transporte clandestino de vans ou pegava o metrô super lotado.
Rodoviária do Plano Piloto sem nenhum ônibus: greve dos motoristas e cobradores do DF
Metrô do DF superlotado em dia de jogo de Copa: torcida argentina espremida


O costumeiro comboio de ônibus "gratuitos" em dias de jogos da Copa, que transportam os torcedores brasileiros e estrangeiros rumo ao Estádio Mané Garrincha, já não existia mais, pois não se encontrava nenhum ônibus sequer na cidade. Mas, mesmo assim, os torcedores aguardavam em fila a chegada dos ônibus até por volta das 12h da manhã, pois o jogo iria começar às 13h. Logo em seguida,  alguns fiscais avisaram a todos sobre a greve dos motoristas e cobradores do DF, e o jeito mesmo era ir caminhando a pé os cerca de 2Km que separam a rodoviária do Plano Piloto ao Estádio, e o que era ainda pior, debaixo de uma sol de mais de 30ºC e com a umidade relativa do ar inferior a 50%. Imagina só os jogadores em campo neste calor de deserto! 
Torcedores sem ônibus vão a pé para o Estádio

Torcedor argentino fica sem ônibus em dia de jogo em Brasília

Não havia ônibus rodando na cidade, mas em compensação, nunca se viam tantos policiais e viaturas na capital do Brasil, uma verdadeira operação de guerra, agora não mais para conter as manifestações populares, mas a violência das torcidas. A Cavalaria, o exército, o batalhão de choque e vários helicópteros acompanhavam os torcedores até o Estádio, a maioria brasileiros e argentinos. Esse será o maior legado da Copa, ou seja, mais equipamentos e tecnologias de ponta para aumentar mais a repressão e a violência da polícia, não contra torcedores, mas contra o povo brasileiro.
Carro militar anti-manifestações em frente ao Mané Garrincha: o "Caverão" de Brasília

Revista geral em torcedores em Brasília: só passa com ingresso nas mãos

Durante o trajeto até o Mané Garrincha, era necessário passar por duas revistas de policiais que faziam cordões de isolamento em volta do local de jogo. Na primeira revista os policiais observavam as mochilas e sacolas em busca de armas, alimentos, bebidas ou drogas, e já no segundo cordão de isolamento só passava quem tinha o ingresso em mãos. Copa pra quem? O povo não pode nem sequer se aproximar do Estádio Mané Garrincha. OLé!
Torcedores animados antes do jogo: Argentina X Belgica
Torcida Belga em Brasília
Torcedores Brasileiros fazendo mandinga contra os "hermanos argentinos"