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Estudante da UFG é preso sob acusações infundadas e sem provas |
A cerca de uma semana do início da realização do amistoso da seleção brasileira de futebol na cidade de Goiânia (Brasil x Panamá) a polícia civil de Goiás, sob ordens de Brasília (Palácio do Planalto), sequestrou e prendeu 4 estudantes na cidade, alegando que os mesmos estariam envolvidos em crime organizado, formação de quadrilha e destruição de patrimônio público. Os mesmos são apenas manifestantes que participam ativamente de passeatas e atos nas ruas da cidade de Goiânia, reivindicando melhores condições para o transporte público, saúde pública de qualidade, maiores investimentos na educação e lutando também contra a repressão aos movimentos sociais em Goiás. Sem nenhuma acusação plausível e sem nenhuma prova real, a polícia civil sequestrou e prendeu os estudantes Marllos Souza Duarte (estudante da UEG), Yan Caetano, Heitor Vilela (estudante da UFG) e João Marcos (estudante UFG), num ato covarde e violento por parte da polícia, com a clara intenção de apenas intimidar todos os demais manifestantes que irão participar da grande mobilização agendada para o dia 03 de junho. Na verdade, estes estudantes estão presos apenas porque participam ativamente dos movimentos populares na cidade de Goiânia, como a Frente de Lutas pelo Transporte Público e a FIP (Frente Independente Popular).
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Estudante da UEG UnU ESEFFEGO tem sua casa invadida por policiais civis e bens sequestrados: preso por manifestar suas idéias |
Os mesmos também iriam participar da grande mobilização agendada pelo facebook para o dia 03 de junho denominada NÃO VAI TER AMISTOSO, no mesmo dia do jogo da seleção brasileira de futebol no estádio Serra Dourada em Goiânia. Entretanto, o Estado brasileiro fascista e a serviço do capital internacional, coloca em prática sua perversa e violenta estratégia para conter as manifestações populares e anti-copa, ou seja, promovendo através de seu aparato militar policial, o sequestro e a prisão de manifestantes na véspera das manifestações e dos grandes atos de rua. Foi exatamente essa a tática da polícia civil em Goiânia, onde na madrugada desta sexta-feira (23/05) a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (D.R.A.C.O) enviou à 5h00 da manhã seus agentes encapuzadas e portando sub-metralhadoras às casas dos estudantes, onde apreenderam todos os pertences das vítimas (mochilas, notebooks, celulares, panfletos) e ainda os levaram presos à delegacia e em seguida à Casa de Detenção Provisória (CPP). Não tendo provas materiais contra os manifestantes, a polícia expôs ridiculamente para a imprensa as provas do crime: panfletos e cartazes com charges. (ver foto abaixo)
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Panfletos, cartazes e charges: prova do crime? |
Tal ação, herança do nefasto e truculento período da ditadura militar brasileira, demonstra que o Estado sempre esteve a serviço do capital internacional, defendendo os interesses das grandes empresas privadas (FIFA, NIKE, COCA-COLA, MACDONALDS, etc) em detrimento dos direitos dos cidadãos. O sequestro e prisão dos 4 estudantes (UFG e UEG) revela também a criminalização e a repressão aos movimentos sociais e populares no Brasil, demonstrando assim e de forma contundente, que os mega-eventos, como a Copa do Mundo FIFA, servem apenas como pretexto para a aniquilação dos direitos de expressão e para construção de novas leis que ampliam a militarização e violência do Estado através de seu aparato jurídico-militar, no intuito de garantir apenas a reprodução dos mega-lucros e da barbárie do capital.
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Estudantes da UFG e UEG são presos arbitrariamente por policiais da DRACO por apenas participarem de manifestações e expressarem suas idéias |
Copa do Mundo para quem? Para o capital internacional, que tem a FIFA como sua representante máxima em mega-eventos relacionados ao esporte-mercadoria, onde o futebol espetacularizado é a sua maior marca e expressão, e também a sua mais preciosa fonte de lucros, com seu milhares de jogadores proletarizados, de seus bilhões de torcedores-clientes e de uma mídia sensacionalista e globalizada.
Olé!
VEJA ABAIXO O DEPOIMENTO DO ESTUDANTE DA UEG PRESO INJUSTAMENTE NA VÉSPERA DO AMISTOSO DA SELEÇÃO EM GOIÂNIA:
Primeiramente desculpe a demora em responder! A policia civil entrou
em casa as 06h20min da manhã com mandado de busca e apreensão, porém, fiquei
sabendo apenas na delegacia. Eles já vieram apontando armas, e perguntando Cadê
a arma? Cadê a arma? Como se eu fosse um bandido! Levaram os celulares de todos
da minha casa, o laptop, vários cartazes de manifestações, inclusive do Mobiliza
UEG, Fora Marconi e da Frente de Luta Contra o Aumento. Apesar dos policiais
falarem que estavam cumprindo mandado da polícia judiciaria, foram articulosamente
movidos como se eu fosse um bandido. Foi terrível! Fui levado para a delegacia,
e após a apreensão para um interrogatório,
onde me perguntaram se eu conhecia as pessoas que estavam presas, e se eu era
um dos lideres dos movimentos. O tempo todo queriam que eu falasse quem era o líder,
e eu sempre afirmava que não os conhecia, e que o movimento não tinha lideres.
Me senti como se estivesse em uma ditadura, onde quem se levantasse contra as
injustiças do governo seria penalizado. No interrogatório afirmei que as
manifestações onde houveram quebradeiras não foram organizadas pelos grupos, e
sim pelo próprio povo que não aguenta mais tanto sofrimento e humilhação. Disse
também que eles deveriam prender o governador Marconi, um dos maiores ditadores
de Goiás, e principalmente os donos das empresas de transporte que praticam a
verdadeira violência, a violência contra o ser humano. Passam por cima da
constituição brasileira, e por cima dos direitos humanos quando tratam as
pessoas como gado, como rebanho de cordeirinhos. Quantas e quantas pessoas são
violentadas e machucam todos os dias em ônibus lotados, sujos, velhos? Quantas
e quantas horas o trabalhador espera um ônibus para depois de 4 horas chegar em
seu serviço? Isso quando chega! A maior violência é aquela praticada contra o
ser humano, não contra um material, contra um ônibus! E por fim quero chamar a
todos que apoiem aqueles que estão sendo perseguidos pelo Estado opressor e
ditador de Goiás. Essa justiça de Goiás que só serve para defender os
interresses dos ricos.
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Criminalização aos integrantes dos Movimentos Sociais no país da Copa |
O que acontece em Goiânia é um absurdo. As manifestações aqui tem 20 policiais para cada pessoa que está lutando por seus direitos...Prendem pessoas e não apresentam provas concretas. Não há dúvidas de que estão golpeando os movimentos sociais e de luta! UM ABSURDO DE AUTORITARISMO E REPRESSÃO..A Ditadura Militar voltou?????!
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