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| Manifestantes anti-copa queimam bandeira do Brasil em protesto |
Durante o amistoso no Estádio Serra Dourada, entre as seleções do Brasil e do Panamá, realizado no dia 03 de junho, centenas de manifestantes realizaram uma grande passeata partindo da Pç. Cívica no centro da cidade em direção ao Estádio Serra Dourada. A concentração teve início às 14h, e teve a participação de vários movimentos sociais, inclusive dos professores da rede municipal de educação de Goiânia que estão em greve desde o dia 26 de maio. A manifestação percorreu as principais ruas do centro da cidade e chegou ao Estádio exatamente no horário do início do jogo da seleção brasileira, às 16h. Com faixas e cartazes contra a FIFA e também contra os excessivos gastos do governo com o o mega-evento da copa, os manifestantes, através de um carro de som que acompanhava o trajeto, bradavam em alta voz por mais investimentos na educação, contra a criminalização dos movimentos sociais e ainda denunciavam o papel fascista da grande imprensa burguesa que tenta distorcer os fatos e as ações das manifestações em todo o Brasil. Em meio aos protestos, vários manifestantes se reuniram e queimaram a bandeira nacional do Brasil, como forma de protestar contra o discurso nacionalista e ufanista exaltado neste período de Copa do Mundo, pela imprensa e também pelo governo. A queima da bandeira, segundo os manifestantes, representa uma forma simbólica de uma mundo sem fronteiras, sem nacionalidades e sem bandeiras, um mundo de unidade mundial entre todos os trabalhadores.
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Os manifestantes também denunciavam o evento Copa do Mundo como sendo um grande instrumento da burguesia internacional, gerenciado pela entidade privada denominada FIFA, para promoção da alienação, do nacionalismo e do consumismo, e ainda como forma de mascarar a luta de classes e também ofuscar a unidade dos trabalhadores explorados de todos os países do mundo.
Durante o trajeto rumo ao Estádio foi feito menção aos 9 trabalhadores mortos durante as construções dos estádios "padrão-FIFA" para a Copa 2014. Foi realizado uma chamada dos trabalhadores mortos, onde a multidão respondia: "Presente!" nove vezes.
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| Manifestantes em frente ao Estadio Serra Dourada em amistoso do Brasil na véspera da Copa |
Ao chegarem no Estádio Serra Dourada os manifestantes foram recepcionados pela cavalaria da Polícia Militar, pelo Exército e também pela Polícia Rodoviária Federal, que num contingente de centenas de homens fortemente armados cercavam todo o Estádio e tentavam a todo instante intimidar e bloquear os manifestantes, impedindo uma aproximação maior ao Estádio.
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| Manifestantes no centro de Goiânia |
Enquanto se ouviam do lado de fora os gritos de gol da torcida presente dentro do estádio, gás de pimenta era lançado sobre os professores da rede municipal de educação de Goiânia, na tentativa de impedir o avanço dos mesmos em direção ao Serra Dourada.
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| "Não vai ter amistoso" |
Em seguida os manifestantes retornaram ao centro da cidade escoltados por várias viaturas da PM, que insistentemente procurava intimidar os integrantes do ato anti-copa. Houve ainda tentativa de atropelamento e abusos de poder por parte da polícia, ao furar o bloqueio dos manifestantes através da viatura.
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| Manifestantes a caminho do Estádio Serra Dourada |
Talvez Goiânia tenha dado o tom das futuras manifestações que ocorrerão durante a Copa em todo o Brasil. A Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil será verdadeiramente a Copa das Manifestações. Nunca a FIFA lucrou tanto em um único evento de Copa do Mundo, como este que está sendo realizado no Brasil, entretanto, a FIFA também nunca teve sua imagem tão manchada e atacada em proporções tão grandes como agora, através das ações populares, contínuas e diretas nas ruas.
Olé!
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